segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Data Venia, RP, pra quê?

As bruxas andam soltas na empresa.Houve aquela confusão com os clientes que resultou em várias cartas de reclamação aos jornais. Depois, na esteira dessas reclamações, uma jornalísta escreveu uma série de matérias espinafrando a empresa. Teve até um político epiroqueta que andou turando partido da questão dizendo coisas absurdas sobre o caso. Agora, dirigentes de uma ONG querem falar com o presidente. No meio disto tudo, muito “disse-me-disse”, entre os empregados, a galera parece desmotivada e a produtividade caiu. Para completar, as vendas desabaram no semestre. E desabaram feio.
Este quadro geral surge na reunião de diretoria. Na realidade, o tema não fazia parte da pauta da reunião até porque o tal desagradável episódio com os clientes em si era tido já portodos como “águas passadas”. A grande vedete da reunião era, sim, o medíocre resultado de vendas do semestre que, para desespero do diretor financeiro, já mandara o espaço, seis meses antes, o objetivo anual da empresa.
Interessante é que o quadro geral acima descrito não foi apresentado por ninguém pronto e acabado. Ele foi surgindo pouco a pouco na medida que cada diretor comentava onde seus calos doíam. Cada elemento desse cenário – a insistentência da mídia, a queda no índice de sastifação dos clientes, o clima de bode na organização, etc – ia sendo apresentado um a um como fatos independentes, sem relação entre eles, e muito menos entre eles e o episódio passado. Ma acabou sendo consensual que a coisa toda estava muito estranha. E, pela primeira vez, em anos, numa reunião de diretoria, a culpa de todos os problemas não sobrava para o Governo e sua política econômica.
- “Deveríamos contratar alguém para fazer um trabalho de Relações Públicas” – arrisca timidamente um dos diretores.
A sugestão não é nova. Volta e meia ela ressurge e é sumariamente derrubada. Como sempre, o diretor financeiro diz que não há dinheiro e lembra os gastos maciços em propaganda. O de markrting torce o nariz. RH desconversa com um “não sei se é por ai”. E o diretor jurídico pergunta: Data Venis RP, prá que?” Como nenhum dos presentes sabe responder a indagação, a solução vem por acordo de lideranças: talvez no ano que vem. Pronto! É a senha para todos voltarem à ‘realidade dos negócios’. Momento seguinte, começa o desfile dos centenários concursos para estimular vendas e de outros tantos velhos conhecidos programas de redução de despesas, das viagens irternacionais ao cafezinho, passando, é claro, pelo enxugamento dos efetivos.
Tenho certeza de que você já viu este filme.
Infelizmente é assim. O caminho a ser percorrido entre o relacionamento desses fenômenos "estranhos" – as bruxas soltas - e a necessidade de um "trabalhinho" de RP é longo. Aliás, muitas empresas nem este trecho percorrem. Perdem clientes, bons funcionários, quebram mas não se rendem a "essas coisas de americano". Outras, de postergação em postergação, vão consumindo suas preciosas energias tapando o sol com a peneira.
Um dia, porta arrombada, moral no chão, dá-se o salto qualitativo:
"Precisamos de um trabalho de um RP. [Aleluia!] Contratemos um assessor de imprensa".
Bem, "aleluia" em termos. Saltamos de uma situação em que se ignorava a necessidade de serviços de RP para outro estágio em que se desconhece ainda o que vem a ser RP, seu alcance, suas tecnologias, fundamentos.
No Brasil, " assessoria de imprensa" é uma espécie de "entry level" da atividade de RP. O positivo é que as empresas podem, sem saber, estar plantando dentro delas a semente da atividade no seu sentido global. É claro que esses coitados vão pagar todos os seus pecados no processo entre a semente e o fruto. Cedo vão descobrir que, na verdade, foram contratados para dar um urgente cala-boca naquela jornalista encrenqueira. Seus préstimos também serão solicitados para conseguir colocar, na primeira página, as declarações inteligentes do presidente da empresa e, nas colunas sociais, notinhas simpáticas sobre ele e sua adorável família. E vão frustrar aqueles que os contrataram se a tal jornalista resistir aos seus encantos, almoços, jantares, brindes, propostas indecentes, etc e continuar pegando no pé da empresa, agora com a credibilidade de quem tem acesso a uma fonte mais confiável.
Esses hoje denominados "assessores de imprensa" terão prestado um grande serviço se, apesar de tudo, conseguirem vender o peixe de que clientes, funcionários, acionistas, imprensa, autoridades, políticos, sindicatos, ongs, opinião pública em geral e outras tribos fazem parte de um mesmo eco-sistema que precisa ser olhado e tratado como um todo. E mais: que profissional para tratar dessas coisas chama-se Relações Públicas. Aqui e na China.

Roberto Catro Alves

O Vírus da Curiosidade

Jóse Pastore é sociólogo, especialista em Relações do Trabalho e Desenvolvimento Institucional, Professor (aposentado) da Faculdade de Economia e Administração e pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisa Econômica, ambas da Universidade de São Paulo. É membro efetivo da Academia Paulista de Letras.
Como acontece todod os anos, ao se aproximar a época dos vestibulares, o meu e-mail fica repleto com as mesmas perguntas: O que devo aconselhar para o meu filho? Qual é a melhor profissão nos dias de atuais? Quem tem mais chance de trabalhar?
Para todos, eu ofereço uma só resposta: apóie o estudante para seguir a profissão que ele diz gostar. Mas, uma vez aprovado no vestibular, convença-o de que, no mundo atual, vencerá quem for o melhor profissional.
O tempo do apadrinhamento está acabado. Os empregadores deixaram de contratar afilhados com base nos pedidos comovidos de seus padrinhos. Isso é coisa do passado, quando as empresas podiam passar suas ineficiências para os preços que, por sua vez, eram pagos por consumidores sem alternativa em uma economia fechada.
Isso acabou. O velho “pistolão” morreu. Até no governo, ele começa a definhar. Há ainda alguns focos de nepotismo/favoritismo, é verdade, mas a imprensa e a sociedade estão no seu encalço/de perto, alguém que foge ou vai  adiante, não dando folga a juízes e parlamentares que ainda tentam nomear na base do parentesco ou amizade.
Hoje, o jogo virou. O mercado está se tornando cada vez mais competitivo. Preço sobrecarregado pela incapacidade ou preguiça de quem trabalha “de favor”, levam as empresas à falência. Ninguém quer correr esse risco.
A primeira sugestão que posso dar aos jovens é essa. Seja qual for a profissão escolhida, prepare-se para ser bom nela. O sucesso vai brilhar para quem ficar acima da média.
Vivemos num tempo em que não basta ter um diploma. Aprender a conhecer é importante, sem dúvida. Mas, aprender a fazer, é muito mais importante. Toda vez que alguém passar na porta de uma firma, que não emprega ninguém há vários anos, e disser ser capaz de resolver o problema da empresa, essa pessoa será imediatamente admitida.
Não estou dizendo que a educação cria empregos. Mas, para as oportunidades existentes, sai melhor quem é capaz. Tem mais chance no mercado de trabalho, os que usam bem os conhecimentos que aprenderam.

José Pastore

Pomba!

Uma vez pedi um “piccione arrosto” num restaurante em Assis, na Itália, e imaginei que aquele pombo podia muito bem ser um descendente direto dos pássaros que conversavam com São Francisco. Mastiguei-o com mais gosto. Não sei o que as pombas diziam ao santo homem caráter. Profrissionais de Relaçõesa Públicas devem venerar as pombas, pois são o maior exemplo conhecido do triunfo de RP sobre a realidade. São animais lamentáveis,  portadores de doenças e poluidores, mas construíram uma reputação de beleza e virtude que resiste aos séculos. Desde os tempos bíblicos. Foi uma pomba lamçada por Noé da arca que trouxe o ramo de oliveira, provando que o dilúvio chegava ao fim. Quando Noé a lançou de novo para guiar a arca para a terra seca ela, calhordamente, sumiu, mas essa parte da história é pouco lembrada pelos seus fãs. Fartamente paparicadas e poupadas –a não ser por quem, sensatamente, as pega, cozinha e come com polenta – as pombas transformaram-se em pragas urbanas. Em lugares de muito turista elas andam no meio da multidão com uma empáfia de sultão, e acrescetan a arrogância a todas as suas outras antipatias – sem falar no cocô que espalham por toda parte, inclusive nossa cabeça, em escala industrioal. E no entanto são símblos de pureza, símbolo de inocência e paz. Tudo RP.

Mas por que foi que eu comecei a falar em pombas? Queria falar sobre outro assunto alado, os problemas da nossa aviação civil. Essa questão que há meses está no ar, quando não está presa no aeroporto. Dizem que a primeira condição para saborear uma lingüiça é não saber como ela é feita. Se soubéssemos, nunca a comeríamos. De uns tempos para cá descobrimos como funciona o controle dos vôo no espaço aéreo brasileiro – e foi como nos atiraremde ponta-cabeça num calderão de recheio de embutidos repleto de unhas e cabelo de rato. Eu preferia a ignorância. A analogia só não é completa porque você pode parar de comer longuça ou cuidar para só comer lingüiça feita na sua frente, com ingredientes nobres e, de preferência, por alguêm da famíla, mas não pode parar de voar ou escolher como vai ser controlado o seu vôo. É pensar que todo esse tempo estivemos voando sobre esse abismo de  intrigas, ressentiementos, precariedade, incompetência, unhas e cabelos de rato sem saber de nada. O fato de não ter havido mais acidentes aéreos no Brasil só pode ser atribuido a boa vontade de Deus ou ao Lobby dos Santos Dumond.

Há culpa suficiente nessa vergonha toda para repartir entre governo, Aeronáutica r todos que a escondem ou ignoram. Não vão se recuperar tão cedo. Anão ser que contratem o RP das pombas.

Luiz Fernando Verissimo

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Seminário - As Quatro Chaves Para a Sua Carreira Decolar

Acontecerá no dia 23 de Novembro, a partir das 08:15 haverá recepção e as 09:30 começará o Seminário que será administrado por José Maria Gazalla, onde o tema é "Confiança". Aos 100 primeiros ouvintes será entregur um livro sobre a palestra.

Local: Auditório do Instituto Reinaldo Polido - Rua Mariano Procópio, 226 - Vila Monumento

Obs: Obrigatório um quilo de alimento não perecível em benefíco ao Bnaco de Alimento de São Paulo

Inscrições: http://www.viadeacesso.org.br/cadastrovia/EventoVIS.aspx?CEC=338