segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O Vírus da Curiosidade

Jóse Pastore é sociólogo, especialista em Relações do Trabalho e Desenvolvimento Institucional, Professor (aposentado) da Faculdade de Economia e Administração e pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisa Econômica, ambas da Universidade de São Paulo. É membro efetivo da Academia Paulista de Letras.
Como acontece todod os anos, ao se aproximar a época dos vestibulares, o meu e-mail fica repleto com as mesmas perguntas: O que devo aconselhar para o meu filho? Qual é a melhor profissão nos dias de atuais? Quem tem mais chance de trabalhar?
Para todos, eu ofereço uma só resposta: apóie o estudante para seguir a profissão que ele diz gostar. Mas, uma vez aprovado no vestibular, convença-o de que, no mundo atual, vencerá quem for o melhor profissional.
O tempo do apadrinhamento está acabado. Os empregadores deixaram de contratar afilhados com base nos pedidos comovidos de seus padrinhos. Isso é coisa do passado, quando as empresas podiam passar suas ineficiências para os preços que, por sua vez, eram pagos por consumidores sem alternativa em uma economia fechada.
Isso acabou. O velho “pistolão” morreu. Até no governo, ele começa a definhar. Há ainda alguns focos de nepotismo/favoritismo, é verdade, mas a imprensa e a sociedade estão no seu encalço/de perto, alguém que foge ou vai  adiante, não dando folga a juízes e parlamentares que ainda tentam nomear na base do parentesco ou amizade.
Hoje, o jogo virou. O mercado está se tornando cada vez mais competitivo. Preço sobrecarregado pela incapacidade ou preguiça de quem trabalha “de favor”, levam as empresas à falência. Ninguém quer correr esse risco.
A primeira sugestão que posso dar aos jovens é essa. Seja qual for a profissão escolhida, prepare-se para ser bom nela. O sucesso vai brilhar para quem ficar acima da média.
Vivemos num tempo em que não basta ter um diploma. Aprender a conhecer é importante, sem dúvida. Mas, aprender a fazer, é muito mais importante. Toda vez que alguém passar na porta de uma firma, que não emprega ninguém há vários anos, e disser ser capaz de resolver o problema da empresa, essa pessoa será imediatamente admitida.
Não estou dizendo que a educação cria empregos. Mas, para as oportunidades existentes, sai melhor quem é capaz. Tem mais chance no mercado de trabalho, os que usam bem os conhecimentos que aprenderam.

José Pastore

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